quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Uma breve história do universo.

A espécie humana existe há apenas uma fração minúscula da história do universo. ( Se este quadro estivesse em escala e a existência dos seres humanos se estendesse por sete centímetros, toda a história do universo teria mais de um quilômetro.)

Abaixo, uma breve teoria do big-bang:



1:o cosmos vai através de super-rápida "inflação" a partir de do tamanho de um átomo para uma laranja, se expandindo, em uma minúscula fração de segudo.

2: Na pós inflação, o universo é uma fervilhante e quente sopa de eletrons, quarks e outras partículas.

3:Um rápido resfriamento do cosmos permite aos quarks se amontoarem em prótons e neutrôns.

4: Ainda muito quente, se formam os átomos. Elétrons carregados e prótons previnem a luz de brilhar: O universo é um super nevoeiro quente.

5: Elétrons se combinam com prótons e neutrons para formar átomos, principalmente e hidrogênio e hélio. A luz finalmente pode brilhar.

6: A gravidade faz gases de hidrogênio e hélio se amalgamarem para formar nuvens gigantes que se tornarão galáxias.Grupos menores de gases formam as primeiras estrelas.

7: Como as galáxias se aglomeram junto graças a gravidade, as primeiras estrelas morrem e espalham pesados elementos no espaço: estes eventualmente se tornam novas estrelas e planetas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dois possíveis fins para o universo.

Existem duas possibilidades para o possível fim do universo.

A primeira é o "Big Crunch".


O Big Crunch é uma teoria segundo a qual o universo começará no futuro a contrair-se, devido à atração gravitacional, até entrar em colapso sobre si mesmo.



Algumas perguntas dos cosmólogos são : E depois? Será que o universo vai realmente acabar? Ou será que continuará a expandir-se para sempre até esfriar-se totalmente e se tornar um Universo de escuridão? Ou será que ainda continuaria num ciclo eterno de Big Bangs e Big Crunchs?



O princípio da elasticidade gravitacional.
Até 1998 pensava-se que a velocidade com a qual as galáxias se afastam deveria diminuir com o tempo devido à atracção gravitacional entre elas. A este princípio alguns astrofísicos chamam de "memória elástica" universal.
Pesquisas mais recentes (1998), baseadas em observações de supernovas extremamente distantes, comprovaram que a aceleração da expansão do universo é positiva, o que significa que a velocidade com a qual as galáxias se afastam umas das outras está aumentando, e não diminuindo como seria de se esperar pela atração gravitacional. Isso significa que o Universo está se expandindo cada vez mais rapidamente, acelerando, e os cosmólogos não vêem como essa situação poderá ser revertida. Para explicar este fato, novas teorias gravitacionais estão sendo formuladas, implicando noções como matéria negra e energia negra. A evidência da aceleração da expansão do universo é considerada como conclusiva pela maioria dos cosmólogos desde 2002, e com essa descoberta a hipótese do Big Crunch sofreu um grande revés.

A segunda possibilidade é o big-freeze.


Nessa segunda hipótese o universo continuaria a se expandir para sempre. Tudo iria desaparecer e a temperatura do universo cairia para o zero absoluto. (0 K, -459.688 °F). Isso seria inverso a situação do big crunch. O universo não teria matéria suficiente para conter a velocidade de expansão.


Uma lição de geometria.



O futuro do universo ultimamente depende de sua geometria global: Plano, esférico ou hiperbólico. (Não interprete de maneira literal os exemplos que se seguem). Os três exemplos se seguem abaixo:

















A geometria do universo é determinada por tudo o que existe nele - a função de massa.

Existe um número mágico chamado densidade crítica representado por Pc, que determina qual destino o universo terá.

O big crunch acontecerá se o universo possuir uma" geometria esférica". A geometria esférica não é uma idéia abstrata: Não verdade, diz respeito ao fato de que veríamos o universo assim se pudéssemos observá-lo "de fora."

Nesse caso, o universo contém bastante massa - e estaria acima da densidade crítica - que pararia a expansão. Uma vez parando a expansão, começaria a se contrair. Começaria devagar, e depois iria rápido, e cada vez mais rápido. O universo iria se contrair e as galáxias estariam cada vez mais próximas. Eventualmente, tudo irá se fundir, e o universo já não será mais grande o suficiente para separar galáxias ou estrelas. Tudo seguirá se encolhendo e o universo se aquecerá a uma imensa temperatura. Então, tudo será compactado num buraco negro. Finalmente o universo voltará a ser como começou. - infinitamente pequeno, infinitamente denso e um ponto mícroscópico infinitamente quente. Ninguém sabe ao certo o que pode acontecer depois disso.

Uma maneira fácil de se pensar nisso, é jogando uma bola. Você a lança no ar, e a sua aceleração é como o big-bang. Após o lançamento, ela diminui sua ascenção, porque a terra tem gravidade suficiente para retardar sua subida e puxá-la de volta. Isso é como a massa do universo ser suficiente para parar sua expansão. Quando a bola atinge sua altura máxima, ela para que é o mesmo que o universo vai fazer se atingir sua densidade crítica. Então, muito lentamente a bola começará a cair, aumentando sua velocidade cada vez mais durante a queda, até que atinja o chão novamente. Isso é o mesmo que ocorre no fim do universo com o "Big Crunch".

* Quando a bola caisse ela quicaria. O mesmo ocorre no caso do universo, que poderá oscilar em big bangs e big crunches eternamente.



No Big Freeze, veremos o seguinte.

Esse cenário do universo irá se resultar de qualquer cenário hiperbólico ou plano para o mesmo.

Tal como acontece na geometria esférica discutida na seção acima sobre o big crunch, essas geometrias não são termos abstratos que só são imaginados por astrofísicos com óculos de lentes grossas e que usam shampoos para cabelos brancos , mas são formas reais. A geometria plana é como uma folha de papel. Plana e sem curvaturas. Geometria hiperbólica é como se fosse uma sela.

Essas duas geometrias resultam num universo que efetivamente se expandirá para sempre. Se o universo for hiperbólico - a densidade será inferior a densidade crítica - e eventualmente, ele acabará por atingir uma taxa fixa de expansão, e continuará a se expandir a essa taxa para sempre.

Se o universo for plano - sua densidade é exatamente igual a densidade crítica - então ele assinticamente atinjirá uma taxa de expansão de 0.


Ambos representam o futuro de um universo sem fim. Depois de um tempo todas as galáxias do nosso grupo local terão desaparecido dos limites do universo observável. Após um tempo mais longo, todas as estrelas em todas as galáxias terão morrido, e não haverá mais nada para produzir novas estrelas. O universo será um lugar escuro e frio. Não restará nada, exceto uma vastidão escura e gélida.



Nós só podemos conhecer um pouquinho do que o universo contém, devido à velocidade finita da luz (300.000 KM; 186.000 milhas por segundo). Porque o universo possui uma certa idade, só podemos ver um determinado número de anos-luz para fora, para qualquer parte do universo para além disso, a luz não teve tempo suficiente para chegar até nós.

Uma pesquisa recente e atual.

Desde 1992, tem havido muitos projectos diferentes para determinar a geometria do universo. A única maneira bem sucedida para determinar esta medida tem sido o estudo da radiação cósmica de fundo *** (CMB). O primeiro, que era conhecido como COBE, sigla para Cosmic Background Explorer. Ele apresentou o primeiro todo do céu do CMB, mas sua resolução foi pobre demais para determinar com precisão a geometria (resolução de temperatura foi de cerca de 0,002 K; resolução angular de 7 ° - 14 vezes o tamanho da lua cheia). Ele mostrou que a densidade real do universo é muito próxima da densidade crítica.

A pesquisa mais recente e completa é a partir do Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP, para abreviar), patrocinado principalmente pela NASA. Fez a imagem de maior resolução da CMB: A resolução angular do WMAP foi de 0,3 ° ea resolução de temperatura é de 20 μK. Os resultados do WMAP mostram que o universo é plano, o que significa que o universo se expandirá para sempre em um ritmo cada vez mais desacelerado. Outros resultados da missão WMAP são:

O universo é de 13,7 bilhões de anos, com uma incerteza de ± 1%.


As primeiras estrelas inflamado 200 milhões anos após o Big Bang.


A CMB é de 380.000 anos após o Big Bang.


O conteúdo do universo é de 4% de átomos, 23% de matéria escura e fria, e 73% energia escura.


A taxa de expansão (constante de Hubble) Valor: H0 = 71 km / seg / Mpc com uma incerteza de 5%.





sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A Física das Civilizações Extraterrestres Quão avançadas elas poderiam ser? Por Michio Kaku






1ª. Parte
Em seus últimos anos, Carl Sagan fez, em uma ocasião a seguinte pergunta: “Que significa para uma civilização ter a idade de um milhão de anos? Nós obtivemos radiotelescópios e naves espaciais há apenas umas poucas décadas; nossa civilização técnica tem apenas umas poucas centenas de anos... Uma civilização avançada de milhões de anos está muito mais longe de nós do que nós estamos de um pequeno arbusto na forma de um símio”.
Ainda que qualquer conjectura sobre tais civilizações avançadas seja só uma especulação, penso que podemos usar as leis da Física para estabelecer os limites superiores e inferiores destas civilizações.Em particular, agora que as leis no campo da Teoria Quântica, Relatividade Geral, Termodinâmica, etc., estão bastante bem estabelecidas, a Física pode impor amplos limites físicos os quais restringem os parâmetros destas civilizações.Esta pergunta não vai mais além de uma frívola especulação. Dentro de pouco, a humanidade pode sofrer um choque existencial quando a atual lista de uma dezena de planetas extra-solares do tamanho de Júpiter cresça a centenas de planetas do tamanho da Terra, gêmeos quase idênticos de nosso lugar celeste.Estamos iniciando o uso de uma nova classe de telescópio, O telescópio espacial de interferometria, o qual usa a interferência de os raios de luz para amplificar O poder de resolução de os telescópios.Por exemplo, a Missão de Interferometria Espacial (Space Interferometry Mission o SIM) consta de múltiplos telescópios situados ao largo de uma estrutura de 10 metros. Com uma resolução sem precedentes aproximando-se do limite físico da óptica. O SIM é tão sensível que quase desafia a imaginação: orbitando a Terra, pode detectar o movimento de uma lanterna agitada por um astronauta em Marte!O SIM, ademais, pavimentará o caminho para o Buscador de Planetas Terrestres (Terrestrial Planet Finder), que deverá identificar ainda mais planetas similares a Terra. Este poderá analisar as 1.000 estrelas mais brilhantes em um raio de 50 anos luz desde Terra e se centrará nos 50 a 100 sistemas planetários mais brilhantes.Tudo isto estimulará um esforço ativo em determinar se algum deles pode albergar vida, talvez alguns com civilizações mais avançadas que a nossa.Ainda que seja impossível predizer as características exatas de tais civilizações avançadas, podemos analisar seus limites usando as leis da Física. Não importa quantos milhões de anos nos separem deles, eles devem obedecer também às leis “de ferro” da Física, as quais estão já o bastante avançadas para explicar muito, desde as partículas subatômicas até a estrutura em enorme escala do Universo.
A Física das civilizações de Tipo I, II, e IIIEm concreto, podemos classificar as civilizações por seu consumo de energia, usando os seguintes princípios:

1) As leis da termodinâmica: inclusive uma civilização avançada está limitada pelas leis da termodinâmica, especialmente pela Segunda Lei, e pode, portanto ser classificada pela energia de que dispõe.

2) As leis da matéria estável: a matéria bariônica (baseada em prótons e nêutrons) tende a reunir-se em três grandes agrupamentos: planetas, estrelas e galáxias. Isto está bem definido pelo produto da evolução galáctica e estrelar, fusão termonuclear, etc.

3) As leis da evolução planetária: qualquer civilização avançada deve incrementar seu consumo de energia mais rapidamente que a freqüência de catástrofes que ameacem a vida (por exemplo, impactos de meteoritos, glaciações, supernovas, etc.). Se crescem mais lentamente, estão condenados à extinção. Isto marca O limite inferior para a taxa de crescimento de estas civilizações.
Em um artigo original publicado em 1964 no Journal of Soviet Astronomy, o astrofísico russo Nicolai Kardashev teorizou que as civilizações avançadas devem estar agrupadas de acordo com três tipos: Tipo I, II, e III, as quais chegaram a dominar as formas de energia planetária, estrelar e galáctica, respectivamente. Kardashev calculou que o consumo de energia destes três tipos de civilização estariam separados por um fator de muitos milhares de milhões. Porem, que tempo levará alcançar a situação de Tipo II e III?.
O astrônomo de Berkeley Don Goldsmith nos recorda que a Terra recebe ao redor de uma bilionésima parte da energia do Sol, e que os humanos utilizam só uma milionésima parte desta. De modo que consumimos ao redor de uma trilhonésima parte da energia total do Sol. Na atualidade, a produção energética total de nosso planeta é aproximadamente de 10 trilhões de ergs por segundo. Porém nosso crescimento energético aumenta de forma exponencial, e, portanto podemos calcular quanto nos levaria alcançar a situação de Tipo II ou III.
Goldsmith disse: “Veja quão longe chegamos no uso da energia uma vez que compreendemos como manipular, como obter combustíveis fósseis e como criar energia elétrica a partir da força da água, e assim sucessivamente; temos aumentado nosso uso de energia em uma quantidade extraordinária em apenas um par de séculos comparado com os milhares de milhões de anos de existência de nosso planeta... e da mesma forma poderia isto se aplicar a outras civilizações”.
O físico Freeman Dyson estima que, em um prazo não maior do que 200 anos, deveríamos alcançar plenamente a situação de Tipo I. Deste modo, crescendo a uma modesta taxa de 1% por ano, Kardashev estimou que levaríamos 3.200 anos para alcançar a situação de Tipo II, e 5.800 anos a situação de Tipo III.
Por exemplo, uma civilização de Tipo I é plenamente planetária, dominou a maioria de formas de energia de seu planeta. Sua produção de energia pode estar em ordem de milhares de milhões de vezes a produção atual de nosso planeta. Mark Twain disse uma vez: ”Todo mundo se queixa do clima, porém ninguém faz nada para mudá-lo“. Isto poderia mudar com uma civilização de Tipo I, a qual tenha suficiente energia para modificar o clima. Também teriam suficiente energia para alterar o rumo de terremotos, vulcões, e construir cidades nos oceanos.
Atualmente, nossa produção de energia nos qualifica para o estado de transição do Tipo 0 para a consolidação do Tipo I. Derivamos nossa energia não do aproveitamento de forças globais, mas da combustão de plantas mortas (por exemplo, petróleo e carbono). Porém, já podemos ver as sementes de uma civilização de Tipo I. Vemos o começo de uma linguagem planetária (Inglês), um sistema de comunicação planetário (Internet), uma economia planetária (a força da União Européia, por exemplo), e inclusive os começos de uma cultura planetária (meios de comunicação, TV, música rock, e cinema).
Por definição, uma civilização avançada deve crescer mais rápido que a freqüência de catástrofes que ameacem a vida. Como o impacto de um grande meteorito ou cometa tem lugar uma vez a cada poucos milhares de anos, uma civilização de Tipo I deve dominar a viagem espacial para desviar os escombros em um lapso de tempo que elimine o problema. As glaciações têm lugar em uma escala temporal de dezenas de milhares de anos: então civilização de Tipo I deve aprender a modificar o clima dentro deste marco temporal.


2ª. Parte
As catástrofes artificiais e internas devem ser também levadas em conta. Porém o problema da contaminação global é só uma ameaça mortal para uma civilização de Tipo 0; uma civilização de Tipo I que tenha vivido durante vários milênios como civilização planetária, necessariamente leva a cabo um desequilíbrio planetário em nível ecológico. Os problemas internos supõem uma ameaça séria recorrente, porém têm milhares de anos de existência nos quais podem resolver conflitos raciais, nacionais e sectários.
Finalmente, depois de vários milhares de anos, uma civilização de Tipo I esgotará a energia de um planeta, e derivará sua energia do consumo da completa produção de energia de seus sóis, ou aproximadamente mil bilhões de trilhões de ergs por segundo.
Com sua produção de energia similar a de uma pequena estrela, deveriam ser detectáveis desde o espaço. Dyson propôs que uma civilização de Tipo II poderia inclusive construir uma gigantesca esfera ao redor de sua estrela para usar de forma mais eficiente a produção de energia total. Desde o espaço exterior, seu planeta brilharia como um árvore de Natal. Dyson inclusive propôs buscar especificamente emissões de infravermelho (mais que as de rádio e TV) para identificar estas civilizações de Tipo II.
Talvez a única ameaça séria para uma civilização de Tipo II seria a explosão próxima de uma Supernova, cuja súbita erupção poderia chamuscar seu planeta com um fulminante jorro de Raios-X, matando todas as formas de vida. Desta forma, talvez a civilização mais interessante é a de Tipo III, por ser verdadeiramente imortal. Esgotaram a energia de uma estrela individual, e então alcançaram outros sistemas estelares. Nenhuma catástrofe natural conhecida pela ciência é capaz de destruir uma civilização de Tipo III.
Para enfrentar uma Supernova vizinha, teriam distintas alternativas, tais como alterar a evolução da gigante vermelha moribunda que está à beira de explodir, ou abandonar esse sistema estelar e terraformar um sistema planetário diverso.
Sem dúvida, há limites para uma civilização emergente de Tipo III. Finalmente, se chocaria com outra das “leis de ferro” da Física, a Teoria da Relatividade. Dyson estima que isto poderia ser um obstáculo para a transição a uma civilização de Tipo III de talvez milhões de anos.
Porém, mesmo com a barreira da velocidade luz, há um número de caminhos para expandir-se a velocidades próximas à da luz. Por exemplo, a última medida da capacidade dos foguetes se toma mediante algo chamado “impulso específico” (definido como o produto do empuxo e a duração, medidos em unidades de segundos). Os foguetes químicos podem alcançar impulsos específicos de várias centenas a milhares de segundos. Os motores iônicos podem obter impulsos específicos de dezenas de milhares de segundos. Porém para obter velocidades próximas à da luz, se deve alcançar um impulso específico de aproximadamente 30 milhões de segundos, o qual está muito longe de nossa capacidade atual, porém não para uma civilização de Tipo III. Uma variedade de sistemas de propulsão poderia estar disponível para sondas de velocidade extremas (tais como motores de fusão, motores fotônicos, etc.).
Devido a que a distância entre estrelas é tão enorme, e o número de sistemas solares não aptos para a vida seja tão grande, uma civilização de Tipo III se encontraria com o seguinte dilema: Qual é a forma mais eficiente de forma matemática para explorar as centenas de milhares de milhões de estrelas da galáxia?
Na ficção científica, a busca de mundos habitáveis tem sido imortalizada por heróicos capitães que comandam valentemente uma solitária nave estelar, ou como os assassinos Borg, uma civilização de Tipo III que absorve uma menor civilização de Tipo II (como a Federação). Sem dúvida, o método matematicamente mais eficiente para explorar o espaço é bastante menos glamouroso: enviar flotilhas de “sondas Von Neumann” através da galáxia (chamadas assim em homenagem a John Von Neumann, que estabeleceu as leis matemáticas dos sistemas auto-replicantes).
Uma sonda Von Neumann é um robô desenhado para alcançar sistemas estelares muito distantes e criar fábricas que reproduziriam cópias de si mesmas aos milhares. Uma lua morta é um destino ideal para uma sonda Von Neumann, muito mais que um planeta, devido a que se pode aterrissar e se lançar mais facilmente delas, e também devido a que estas luas geralmente não apresentam mais problemas de erosão. Estas sondas viveriam do solo, usando os depósitos naturais de ferro, níquel, etc., para criar a matéria prima com o que construiriam uma fábrica de robôs. Criariam milhares de cópias de si mesmos, com o qual poderiam dispersar-se e seguir a busca em outros sistemas estelares.
De forma similar a como um vírus coloniza um corpo com um tamanho de várias vezes o seu, finalmente teríamos trilhões de sondas Von Neumann expandindo-se em todas direções, crescendo a uma fração da velocidade da luz. Desta forma, inclusive uma galáxia de 100.000 anos-luz de tamanho poderia ser completamente analisada em, digamos, meio milhão de anos.
Se uma sonda Von Neumann só encontra evidências de vida primitiva (tais como uma inestável e selvagem civilização de Tipo 0) simplesmente permaneceria na lua, esperando em silêncio que a civilização de Tipo 0 evolucione a uma civilização estável de Tipo I. Depois de esperar pacientemente durante alguns milênios, se ativariam quando a emergente civilização de Tipo I seja o bastante avançada para estabelecer uma colônia lunar. O Físico Paul Davies da Universidade de Adelaide propôs a possibilidade de que uma sonda Von Neumann descansou em nossa lua, numa visita prévia a nosso sistema há milhares de anos atrás.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Algumas características do espaço-tempo. (parte 1)



O que Realmente Sabemos sobre tempo e espaço? Seriam eles medidas individuais? O tempo está interligado com o espaço, assim como o movimento?

Antes das descobertas da ciência moderna, a respostas que a intuição humana tinham para essas perguntas era SIM. Tempo e espaço eram considerados medidas independentes, sem qualquer ligação com a natureza da realidade.




As formas como alguns antigos pensadores viam o tempo:


Schopenhauer escreveu sobre o tempo:

"O tempo é a forma graças à qual a vanidade das coisas aparece como a sua instabilidade, que reduz a nada todas as nossas satisfações e todas as nossas alegrias, enquanto nos perguntamos com surpresa para onde foram. Esse próprio nada é portanto o único elemento objectivo do tempo, ou seja, o que lhe responde na essência íntima das coisas, e assim a substância da qual ele é a expressão. "


Isaac Newton Newton nos forneceu o primeiro modelo matemático em seu Principia mathematica, publicado em 1687.

No modelo de Newton, Tempo e espaço eram medidas independentes em que eventos ocorriam mas não eram afetados por eles.

Essas e outras questões serão abordadas futuramente nesse blog, por hora, me prestarei a explicar algumas características que envolvem o efeito do tempo e espaço sobre objetos dentro do universo em que vivemos.



O efeito do movimento sobre o tempo e espaço.



"O paradoxo dos gêmeos"



Na teoria da relatividade de Einstein, cada observador tem sua própria medidada de tempo, o que leva ao paradoxo dos gêmeos.

Consideremos o seguinte: Um dos gêmeos (a) parte em uma viagem espacial durante a qual ele viaja próximo a velocidade da luz, enquanto seu irmão (b) permanece na terra. Por causa do movimento de (a) que está na espaço nave, (b) observa que o tempo flui mais devagar para (a) que está na espaçonave enquanto ele a observa conforme vista da terra.



Assim, ao retornar do espaço, o viajante (a) descobrirá que seu irmão (b), envelheceu mais do que ele.

Isso contraria o senso-comum, mas há uma explicação muito simples que um pouco de abstração ajudará a compreender.


Consideremos as seguintes verdades:

- Vivemos num mundo tridimensional, ou seja, composto por 3 dimensões espaciais, que são: Altura, largura e comprimento.

- Há também uma quarta dimensão, que é a dimensão temporal.

Levando em conta tais considerações, Einstein percebeu o porque de ocorrer o tal paradoxo. Ele havia percebido que os objetos no mundo físico, quaisquer que sejam, não se movem somente no espaço. Todos estão se movendo no tempo. A dimensão do tempo também os envolve, o que nos leva a conclusão de que a maior parte do movimento de um objeto acontece no tempo e não no espaço. Vejamos agora onde isso nos leva.


Na vida, desde cedo aprendemos o conceito de movimento no espaço. É algo totalmente comum para nós. Embora pensemos muito pouco numa questão bastante peculiar, sabemos que todos os nossos conhecidos, objetos e qualquer outra coisa que seja, também se movem através do tempo. Basta olhar para um relógio para ver que sua leitura muda constantemente, movendo-se para frente no tempo. Tudo o que existe, inevitavelmente envelhece e passa de um momento do tempo para o seguinte.


Assim como as dimensões espaciais o tempo também é uma dimensão, e se podemos falar do movimento de um objeto nas dimensões espaciais, poderemos falar da velocidade de um objeto no tempo assim como falamos de sua velocidade no espaço? Sim.


Para clariar as coisas, nos lembremos do paradoxo dos gêmeos. O irmão que estava na espaçonave a alta velocidade, sofreu um efeito do tempo menor sobre ele em comparação ao irmão que ficou parado na terra. E o que ocorre é o seguinte: Quando um objeto se move com relação a nós o seu relógio anda mais devagar em comparação ao nosso. A velocidade de seu movimento através do esaço se reduz.


É nesse contexto que está o salto: Einstein proclamou que todos os objetos do universo estão sempre viajando através do espaço-tempo a uma velocidade fixa - a velocidade da luz. Essa nos parace uma idéia deverás estranha, pois estamos acostumados a noção de que objetos viajam a velocidades consideravelmente menores que a da luz.


Tudo isso é verdade. A consideração que está sendo feita aqui é que todos os objetos no universo se movem através das quatro dimensões espaço-temporais. Todos os objetos que estão estacionários com relação a nós e com relação a outros objetos movem-se no tempo.

Então, isso nos leva ao fato de que quando um objeto se move no espaço, parte de seu movimento que ele tinha no tempo é distribuído entre o espaço e que portanto, ele se moverá menos no tempo quanto mais se mover no espaço, como aconteceu no caso do paradoxo dos gêmeos. Fica compreendido agora que o tempo passa mais devagar quando um objeto se move com relação a nós porque isso converte parte de seu movimento através do tempo em movimento espacial e essa distinção aumenta a medida que sua velocidade cresce.

Assim, a velocidade de um objeto através do espaço é simplesmente um reflexo da proporção em que esse movimento através do tempo é desviado.

Todas essas distinções são percebidas apenas em grandes escalas, no nosso cotidiano não as notamos pelo fato de que as escalas de velocidade que presenciamos são extremamente pequenas se comparadas a da luz.

Nos lembrando agora do fato de que todos os objetos se movem no tempo se movem a velocidade da luz, isso implica que existe um limite para a velocidade de um objeto no espaço, e esse limite é a velocidade da luz.




A totalidade da velocidade de um objeto no espaço só pode ocorrer se todo o seu movimento através do tempo for convertido em movimento espacial. Isso acontece quando a totalidade do movimento à velocidade da luz que antes se dava no tempo, converte-se em movimento à velociodade da luz no espaço.

Se qualquer objeto converter sua velocidade da luz através do tempo em movimento espacial, ele ou qualquer outro objeto alcançará a máxima velocidade espacial possível. Isso ocorre porque ao atingir a velocidade da luz no espaço, um objeto já não se move mais no tempo, e portanto não envelhece. Todo o seu movimento está convertido em movimento espacial. E é impossível superar a velocidade da luz, já que ela é o limite da velocidade no tempo, e consequentemente é o máximo que se pode distribuir em termos de velocidade no espaço.

Portanto, a luz não envelhece. Um fóton proveniente do big-bang, tem hoje a mesma idade que tinha então. Á velocidade da luz, o tempo não passa.




Ainda existem vários outros aspectos que envolvem tempo e espaço que postarei aqui futuramente. Por hora, é isso. Qualquer dúvida, perguntem.



Referências de leituras para escrever esse texto: O universo numa casca de noz (Stephen Hawking)


O universo elegante: ( Brian Greene)






quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Poluição Luminosa

A poluição luminosa pode ser definida como sendo qualquer efeito adverso causado ao meio ambiente pela luz artificial excessiva ou mal direcionada.
Um desses efeitos, que prejudica ou mesmo impossibilita totalmente o trabalho dos astrônomos, é o fulgor do céu noturno, percebido principalmente sobre as cidades, mas não se limitando a essas áreas, já que a interferência que algumas aglomerações urbanas causam pode ser notada a centenas de quilômetros de distância. E não há quem não tenha percebido a diferença entre o aspecto do céu noturno urbano e o daquele que se pode ver a partir de regiões afastadas, ainda primitivas, sem iluminação artificial.
Mas antes que você comece a imaginar que os astrônomos querem apagar todas as lâmpadas das cidades, deixando tudo e todos na mais completa escuridão durante a noite, para que eles possam ver as estrelas, é bom saber que a principal causa da poluição luminosa é o desperdício de luz. Portanto, reduzir os seus efeitos negativos significa economizar luz, energia elétrica e muitos bilhões de dólares por ano em todo o mundo. Assim, não precisamos apagar a cidade, mas cuidar para que a iluminemos corretamente, enviando luz apenas para as áreas que queremos enxergar.
Fazendo um levantamento da iluminação artificial noturna em nossas cidades, podemos perceber facilmente o enorme desperdício de luz causado por luminárias que lançam grande parte de sua luz para cima, paralelamente ao solo ou para além da área útil. São os postes da iluminação das ruas, os das praças, em forma de globo esférico, os refletores das quadras de esportes, estacionamentos, canteiros de obras, clubes, aeroportos, etc. Se cada dispositivo de iluminação fosse criado com o cuidado de aproveitar toda a luz gerada, dirigindo-a para baixo, os níveis de poluição luminosa cairiam mais de 80 por cento.
Pense no incômodo imposto à população com o horário de verão e com as sugestões para que se evite o consumo exagerado de energia elétrica, principalmente no horário do pico de demanda. Ouvimos dizer que não devemos tomar banho quente nem abrir a porta da geladeira por muito tempo, mas, quando vamos lá fora e olhamos para as luzes da cidade, vemos todo o nosso sacrifício indo em direção ao espaço sideral, sem maiores explicações. E talvez a maioria das pessoas não perceba isso, mas jogar luz para cima não aumenta a segurança de ninguém nem melhora a visibilidades das nossas ruas. É apenas a mesma coisa que queimar dinheiro, que em muitos casos é público.
Poupar energia é importante para o País, mas, se o povo vai contribuir com a sua cota de sacrifício, ele também espera ver mais competência técnica nos projetos das luminárias externas utilizadas à noite. Não é mais possível fingir que o problema não existe nem querer desviar a atenção do povo com frases que o induzam a acreditar que os astrônomos querem ruas escuras. O que estamos propondo é apenas a utilização racional das energias elétrica e luminosa, principalmente porque sabemos que nos lugares onde o problema da poluição luminosa foi tratado com a atenção que merece, as vias públicas ficaram mais visíveis, o ofuscamento foi drasticamente reduzido e uma grande economia foi obtida.
No Brasil, mesmo naqueles locais onde algumas leis foram aprovadas para evitar o fechamento de observatórios astronômicos, o descaso e o desrespeito ao meio ambiente imperam sem controle. Há casos de áreas particulares cujos proprietários parecem fazer questão de inviabilizar o trabalho dos cientistas, mesmo sabendo que uma iluminação correta em nada prejudicaria a visibilidade e a segurança de suas propriedades. E é a impunidade que gera esse tipo de distorção. Os proprietários dessas áreas se sentem com o direito de fazer o que querem, enquanto, por outro lado, nenhuma autoridade deve querer perder tempo com isso, já que há problemas mais importantes esperando por atendimento.
Aos astrônomos só resta tentar conscientizar a população, solicitando seu apoio. Você pode ajudar, se não poluir o céu com luz desperdiçada em sua própria residência, se protestar quando sentir o incômodo causado pela poluição luminosa, seja por ofuscamento, invasão de luz para dentro de sua propriedade, ou simplesmente porque não consegue ver o céu, cuja beleza é um direito de todos. Você pode orientar alguém sobre o modo correto de iluminar, evitando, por exemplo, que uma quadra de esportes de um vizinho jogue fora a metade da luz gerada. Você também pode tentar evitar que os responsáveis pela iluminação pública usem o nosso dinheiro suado para lançar luz diretamente para cima e depois ainda venham falar em economia ou racionamento de energia, o que significa que é o povo, como sempre, quem vai pagar o pato.
Por enquanto nossa campanha nada conseguiu em termos práticos, mas estamos fazendo muito barulho, mostrando os erros que não podem continuar. Esperamos que, com o passar do tempo, muitas pessoas venham a ficar conscientes sobre mais esse problema urbano, até que a opinião pública exija providências das autoridades responsáveis no sentido de resolvê-lo e de assegurar o respeito ao céu noturno através de leis ambientais mais abrangentes.
O estado atual da iluminação pública é lamentável, principalmente depois que as lâmpadas de mercúrio começaram a ser substituídas pelas de sódio, amarelas, em luminárias dispersivas, aumentando muito o desperdício de luz. Mas ainda temos esperança de que alguma coisa mude para melhor. Se isto acontecer, estaremos também aqui, elogiando.
Há milhões de pessoas no mundo que começam a compreender que não se pode destruir o Planeta em nome do lucro, como estamos fazendo hoje, sob o risco de nada deixarmos para as futuras gerações. Muitos estão acordando para os novos tempos que se aproximam e, por isso, começam a exigir mais respeito à Natureza. Estes percebem que pessoas inescrupulosas estão transformando a Terra em um verdadeiro inferno, por motivos puramente egoístas. Se você nada fizer, estará concordando com os destruidores. Portanto, reaja! Junte-se a nós nesta campanha por cidades melhores, bem planejadas, nas quais seja garantido o espaço existencial de cada um.

Roberto F. SilvestreASTRÔNOMO AMADOR







Abaixo, alguns exemplos de PL.